Localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, o antigo prédio guarda muita história. Não há registro da data exata de sua construção, mas estima-se que seja de 1835, período da Guerra dos Farrapos. Em 1932, o local foi vendido ao Governo do Estado, que o utilizou para abrigar vários órgãos públicos, como o quartel-general da Guarda Civil, Chefatura de Polícia, Instituto Médico Legal e DOPS (centro de repressão da ditadura).
O prédio de 921m² foi moradia de Manoel Marques de Souza, o Conde de Porto Alegre, importante personagem ligado à história oficial da capital gaúcha e do estado. Segundo dados da EPHAC (Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre), naquela época o Solar apresentava características da arquitetura colonial portuguesa, como aberturas em caixilho e arco abatido de madeira, cobertura de telhas em capa e canal e camarinha no eixo da fachada principal, mescladas à influência do neoclassicismo em voga no Império, como platibanda e pilastras na fachada principal.
Em 1933, em função de novo uso, o imóvel recebeu alterações em sua configuração original. O prédio do Antigo Necrotério, situado ao lado do Solar e também construído em 1933, apresenta o ecletismo historicista daquele período. O Solar, o Antigo Necrotério e o respectivo terreno formam o conjunto tombado pelo Município de Porto Alegre em 1998.
O Solar pertence atualmente ao Instituto dos Arquitetos do Brasil, Departamento do Rio Grande do Sul (IAB/RS), que o restaurou, a partir de 1999, aproveitando a área tanto para ocupação de salas administrativas, quanto para espaços para atividades de centro cultural. A restauração foi assinada pelos arquitetos Ediolanda Liedke e Roberto Paglioza. Um concurso realizado pelo IAB RS resultou em projeto que detalha a plena utilização do conjunto arquitetônico. Os vencedores foram os arquitetos Ana Carolina Pellegrini, Carla Waleska Mendes, Daniel Pitta Fischman e Marcos Almeida.
O Solar abrigará exposições e outras atividades do 21º CBA.
Rua General Canabarro, 363